Xevi Solà

biografia

Blossom
óleo sobre tela
130 x 162 cm
2016

Xevi Solà: O observador observado

Xavier Solà (Girona, Espanha, 1969) incorpora em seu trabalho elementos visuais e narrativas pouco aceitas até recentemente pelas “Belas Artes”.

Os personagens pintados por Xevi Solà (Santa Coloma de Farners, 1969) estão no campo como em uma sala de espera: há neles alguma secreta patologia, tanto que “onde estão, não é o lugar de estar”.

O landscape e também os espaços domésticos, menos habituais na iconografia pessoal de Solà, não são, de forma alguma o local onde a cena transcorre, improvável em suas vidas, se não ao contrário: são cenas impostas que consegue manter, com zelo incomum, todas as fendas entre os corpos e o mundo.

Os personagens imaginados por Xavier Solà, se situam na paisagem – seja de que tipo for – com a típica violência desconfortável do estranho que se sabe condenado a uma definitiva expulsão ou, talvez, o infinito cinismo do caminhante que necessita, simplesmente, de uma cena para o seu crime: cada tela de Xavier Solà é, primeiramente, a encenação de um antigo conflito que, de natureza dialética podemos supor insolúvel.

Assim, o artista procura o “poder visual” de suas obras em coexistência tensa de opostos: “Os personagens, explica Solà, estão quase sempre ao ar livre sob a luz solar, só para iludir. A aparencia bucólica desaparece rapidamente, frequentemente difícil, mesmo em uma primeira leitura, evitando uma sensação de inquietação ao imaginar um destino desastroso.

Eudald Camps