Inspirado pelo famoso media metragem de Albert Lamorisse, Le Ballon Rouge (O Balão Vermelho), filmado em 1956, Laurent ChÉhère criou um universo ao mesmo tempo encantador e melancólico de Paris.
No filme de Lamorrise, um balão vermelho se sobressaia em uma cidade povoada por adultos e crianças ainda vivendo as consequências da 2º guerra. Uma cidade gris. É nesse contexto incerto que a história se passa: o menino descobre que o balão não É simplesmente uma coisa brilhante, saltitante, conduzido por uma corda, mas sim a vida, seu caráter expressivo travestido em si mesmo.
O universo de ChÉhère tem uma paleta de cores semelhante ao filme, com predomínio de cinzas, azuis e marrons. O artista tambÉm compartilha uma dose do fantástico: os personagens principais, edifícios digitalmente construídos a partir de detalhes arquitetônicos fotografados em torno de Paris – parecem flutuar no cÉu. PorÉm, ao contrário do balão brincalhão com sua sequência de dança, essas residências flutuantes parecem resolvidas, como se não houvesse o tempo ao redor.
Laurent expõe o lado esquecido da cidade da luz. As casas são elevadas para, finalmente, alcançarem a atenção devida, seja do Estado, ou dos mais de 50 milhões de turistas que visitam Paris anualmente.
O filme de Albert Lamorisse tem um final feliz, o final de ChÉhère ainda permanece suspenso.