Naturgemälde, termo cunhado pelo naturalista e visionário Humboldt nos primórdios do século XIX, pode significar “pintura da natureza” ou o “todo”.
Pensando nisso, a galeria propôs criar um conjunto relacionando obras de artistas representados e obras de prestigiados artistas de gerações diversas selecionados no seu acervo.
Nesta mostra coletiva, aspectos do mundo natural estão afirmados ou evocados, um convite para que seus visitantes estabeleçam relações examinando e apreciando as diferenças e similaridades contidas nas obras. E através da interação entre natureza e arte, imaginação e fatos, a ideia do “todo” nunca é perdida de vista.
O conjunto ou o “todo” resultante, reafirma a proposta dos galeristas Gustavo e Guilherme Carneiro em compreender a produção artística visual sem cânones definidos, entendendo que o campo de criação é livre de segmentações e, no olhar Humboldtdiano, como sinaliza o título da mostra, está sempre interligado.
Pedras, plantas, animais e o gênero humano, uma profusão universal de distribuição de vida, que já foram outrora, segundo crenças de maior pendor filosófico do que científico, uma única coisa. E, alguns arriscam a dizer que o que estamos fazendo desde então através da arte, da poesia e das emoções, nada mais é do que um esforço para restaurar essa unidade extinta.