Zezão

biografia

Sem título
óleo sobre madeira e borracha
98 x 264 cm
2011

Começou na década de 1990 a ocupar com os seus grafitti espaços da cidade de São Paulo. Inspirado e motivado pela arte de Jean-Michel Basquiat, Zezão sentiu-se reforçado no impulso de, abandonar as vias tradicionais para com sua arte, percorrer novos caminhos. Passou a trabalhar em paredes de canais de esgoto e de galerias de águas pluviais, entre dejetos acumulados em casas abandonadas, em becos desertos e em vãos debaixo de viadutos, atraindo a atenção para paisagens urbanas insólitas, as quais muita gente não quer ver nem saber.

Expande sua produção artística retirando objetos do lixo e da sucata, reformando e montando de formas diferentes, dando-lhes cor e nova identidade.

Para executar suas pinturas e colagens tem se utilizado de pedaços quebrados de madeira, provenientes de tapumes, de barricadas e de construções abandonadas das cidades por onde passa. Às vezes também compõe sua obra em “preciosidades“ como espelhos, bandejas, portas de automóvel, armações de cama etc., deixando sua marca pessoal que consiste da palavra vício em abstrata caligrafia na cor azul. Mergulha com suas cores e formas delicadas num submundo cru e caótico, invade os espaços subterrâneos criando um contraste entre a rusticidade das paredes e a delicadeza de límpidos tons de azul. Assim, interfere na suposta “vida real“, tornando visível aquilo que, sem a sua arte, não seria visto nem percebido.

Faz arte junto ao lixo, a animais mortos, a águas putrefatas, a restos de móveis e de utensílios quebrados, a objetos descartados, em ambientes escuros e sombrios, nas construções arruinadas prestes a serem demolidas, na sujeira, no ar poluído, numa abordagem crítica da violência urbana e dos graves problemas das grandes cidades contemporâneas, provocando o diálogo e a discussão sobre o mundo marginal e o mundo à superfície que vivemos, estimulando também o debate sobre reciclagem e sustentabilidade.

Sua obra dá cor e visibilidade a muros das periferias, a canais de esgotos, a paredes de viadutos, a grandes paredes externas de prédios antigos e modernos, assim como em galerias de arte em cidades brasileiras e do mundo como: Berlin, Cidade do Cabo, Florença, Genebra, Londres Los Angeles, Milão, Nova Iorque, Paris, São Francisco e tantas outras.